A Castanheira é uma árvore muito respeitada por diversas tribos indígenas da Amazônia e faz parte da cultura desse povo. A tribo indígena de Cinta larga de Aripuanã, por exemplo, narra em sua cosmologia de origem o nascimento das crianças a partir de um sopro divino no ouriço da castanheira.
A castanha-do-brasil, além dessa imensa bagagem cultural, tornou-se ainda mais valiosa por ser fonte de renda e trabalho para as comunidades no interior da floresta, que exercem um papel fundamental na conservação das florestas da região. Dessa forma a Castanha-do-Brasil não apenas é uma fonte de história e renda, mas também um meio de preservação ambiental.
O Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) criou especificações para a padronização, classificação e comercialização da castanha-do-brasil no mercado interno em 1976. As castanhas foram separadas em grupos, subgrupos, classes de tamanho e tipos.
A coleta da Castanha é feita de modo diário, através dos ouriços que caem das castanheiras, pois isso diminui a possibilidade de contaminação por fungos e outros microrganismos, já que a alta umidade da floresta propicia esta proliferação em ouriços que ficam muito tempo no chão.
Os ouriços são amontoados para posterior quebra. Muitas vezes os ouriços não são cortados no mesmo dia e por isso são deixados amontoados na floresta, mas sem contato direto com o solo, em um jirau (armação de madeira, semelhante a uma mesa de secagem).
Geralmente, o corte dos ouriços é realizado na própria floresta de modo manual, os coletores utilizam os EPIs (equipamento de proteção individual) necessários como capacetes, botas, luvas e demais proteções e realizam as quebras em sobre o chão com lonas, sacos limpos ou grandes folhas de bananeiras. As castanhas com uma coloração diferente, sinais de mofo ou ranço são descartadas.
As castanhas são lavadas e um nova seleção acontece, retirando-se as castanhas, podres e chochas, que boiam na superfície da água.
A castanha é seca naturalmente, em jiraus ou sobre pisos limpos, revolvidas com frequência para promover a aeração e acelerar a secagem. Nesta etapa também acontece outra pré-seleção, retirando as castanhas rachadas e com manchas de óleo.
Depois elas são acondicionada em sacos limpos e armazenada em barracões e paióis, até que sejam transportadas para indústria continuar o processo de beneficiamento.
As castanhas são levadas a um secador rotativo, que pode girar por até 24 horas. Este processo possibilita a secagem e a retirada de sujidades ainda presentes no produto.
Depois de seca, a castanha passa por uma nova seleção para a retirada daquelas que estiverem trincadas ou fora dos padrões de qualidade.
A formação de lotes identifica todos os envolvidos na produção, desde os coletores até o produto final, para garantir a identificação de qualquer problema na cadeia produtiva.
Para possibilitar a retirada de sua casca é necessário realizar o processo de cozimento da castanha, dessa forma a amêndoa se solta da casca e facilitar na etapa da quebra da mesma.
Ela pode ser feita forma mecânica, mas também é feita com equipamentos automáticos para tirar a casca da castanha e preservar amêndoas.
Na seleção, elas são separadas de acordo com o tamanho e forma (inteiras ou quebradas), dentro dos padrões exigidos pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Aqui, as castanhas ficam cerca de 16 horas no forno para retirar a umidade e ficam crocantes e já estão prontas para o consumo.
Para manter as propriedade nutricionais e o frescor dos produtos, eles são embalados a vácuo no padrão de 20 kg.